28 de novembro de 2012. | N° 1691
ARTIGOS
Nelson Prudêncio
O Brasil participou como um coadjuvante naquela empreitada olímpica, mas na delegação destacou-se um jovem atleta de salto triplo, Nelson Prudêncio (1944-2012), ganhador da medalha de prata. Sua morte na última sexta-feira deixa o País de luto. Complicações advindas de um câncer levaram o grande atleta e professor doutor, aos 68 anos.
Seguindo uma tradição inaugurada por Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico, e que chega a João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo”, Prudêncio, negro como os dois, também foi recordista mundial do salto triplo. Mas apenas por poucos minutos. Em uma disputa acirrada com o italiano Giuseppe Gentile e com o soviético Viktor Saneyev, ficou com a medalha de prata ao saltar 17, 27 metros, 10 centímetros menos que Saneyev, campeão também nas duas Olimpíadas seguintes. Foram nove quebras de recorde mundial naquela épica prova.
Prudêncio foi bronze quatro anos depois, em Munique, e presenciou, nos Jogos Pan-americanos de 1975, outra vez no México, o recorde mundial de João Carlos. Emocionado com o resultado do jovem colega, que pulverizara a melhor marca anterior, do mesmo Saneyev, em meio metro, desistiu dos dois saltos a que ainda teria direito, resignando-se ao quarto lugar.
Os êxitos de Prudêncio foram fruto de metódico treinamento e de um enorme talento, em tempos de amadorismo. Estrela olímpica e professor universitário. Assim como Adhemar e João, não deve ser esquecido.
ALEXANDRE FERNANDEZ VAZ | professor da UFSC e pesquisador CNPq
FONTE: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3964985.xml&template=4187.dwt&edition=20896§ion=892
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