Coluna da Revista: Pensar a Educação em Pauta -
Algo sobre ser professor (ou sobre Nêmesis, De Philip Roth)-
Por - Alexandre Fernandez Vaz
Quando eu era
criança, os adultos viviam assustados – e nos assustavam – com a
poliomielite. Lembro bem da longa fila que fizemos no pátio da escola
primária para receber a vacina, vinda de uma pistola acionada por um
enfermeiro que repetia o gesto a cada poucos segundos: no braço esquerdo
de cada um de nós, logo após a breve desinfecção da superfície da pele
por algo que parecia ser álcool. A sensação era a de tomar uma pancada, o
sangramento era mínimo e o fato de não ser por injeção me deixara menos
propenso ao medo. Entretido na conversa com um amigo, quase não percebi o
breve choque, mas fui surpreendido pelo incômodo dolorido, eu que
detestava, como ainda hoje, tomar qualquer tipo de medicação. Vacinado, a
paralisia infantil, como também era chamada a doença, nunca passou de
um pesadelo distante, uma ameaça superada em meu registro pessoal.
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