sábado, 22 de abril de 2017


Coluna da Revista: Pensar a Educação em Pauta

Algo sobre ser professor (ou sobre Nêmesis, De Philip Roth)-

Por -  Alexandre Fernandez Vaz



Quando eu era criança, os adultos viviam assustados – e nos assustavam – com a poliomielite. Lembro bem da longa fila que fizemos no pátio da escola primária para receber a vacina, vinda de uma pistola acionada por um enfermeiro que repetia o gesto a cada poucos segundos: no braço esquerdo de cada um de nós, logo após a breve desinfecção da superfície da pele por algo que parecia ser álcool. A sensação era a de tomar uma pancada, o sangramento era mínimo e o fato de não ser por injeção me deixara menos propenso ao medo. Entretido na conversa com um amigo, quase não percebi o breve choque, mas fui surpreendido pelo incômodo dolorido, eu que detestava, como ainda hoje, tomar qualquer tipo de medicação. Vacinado, a paralisia infantil, como também era chamada a doença, nunca passou de um pesadelo distante, uma ameaça superada em meu registro pessoal.

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