sexta-feira, 11 de maio de 2018

Woodstock, juventude, ruínas do presente

Alexandre Fernandez Vaz



Há quase cinquenta anos, em agosto de 1969, aconteceu em uma fazenda da pequena cidade de Bethel, estado de Nova York, nos Estados Unidos da América, aquele que ficou conhecido como Festival de Woodstock. Durante três dias, centenas de milhares de pessoas se misturaram entre si, com a lama e algo mais, frente a um palco em que se revezaram gente do quilate de Janis Joplin e Jimmy Hendrix. As imagens do festejo são famosas e compõem a memória coletiva do nosso tempo, montadas e remontadas em cortes rápidos que sugerem, com trilha sonora correspondente, uma celebração do FlowerPower, em constante contraste com a Guerra do Vietnã, desastroso evento que ao festival foi contemporâneo. Atribui-se a Ho Chi Minh a opinião segundo a qual a Guerra seria vencida também longe dos campos de batalha do sudeste asiático, lá mesmo onde a “Besta”, para usarmos aqui com alguma liberdade o adjetivo que o dramaturgo alemão Heiner Müller destinou aos Estados Unidos, tinha sua morada. Era preciso vencer a disputa pela crítica da opinião pública norte-americana. Isso só foi possível porque as imagens chegavam, quase em tempo real, a cada televisor da América.

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