sábado, 7 de julho de 2018

Da Universidade à Política (ou, à corrida eleitoral) – II

Alexandre Fernandez Vaz



Há duas semanas, meu texto publicado neste mesmo espaço deixava ao seu final duas perguntas: “São os intelectuais impotentes para a política tradicional? Devem manter-se no papel de críticos, renunciando ao enfrentamento das contradições que a ação oferece?”

Penso que as respostas são sim e não, simultaneamente, para os dois casos. Há intelectuais que podem e devem seguir fazendo a análise e a crítica, por aptidão ou opção, enquanto outros, pelos mesmos motivos, escolhem o caminho da filiação partidária e da disputa eleitoral. Refiro-me principalmente aos cargos executivos, em que o jogo é mais duro porque diretamente com as demandas da população, com as soluções sempre em atraso e com um enfrentamento na comunicação que é muito difícil, já que rádio e TV são principalmente dominados por grandes conglomerados que, no melhor dos casos, são conservadores. O trânsito da calma da vida intelectual para o frenesi da política e da gestão pública não é fácil, mas é possível. No Brasil de hoje há pelo menos um ótimo exemplo e um outro a caminho.

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