sábado, 1 de junho de 2019

Faz seis anos: 2013, para não repetir
Alexandre Fernandez Vaz

Imagem do setor da arquibancada em que estava a torcida corinthiana em Oruro, Bolívia. Foto: Divulgação/Agência Corinthians.

Apesar da necessidade jurídica de individualização da culpa, torcidas organizadas, clube e mainstream do futebol foram também responsáveis pelo crime. As organizadas permitem que integrantes seus portem armas nos estádios e fomentem o ódio a adversários. O Corinthians, cujas relações umbilicais com as torcidas são conhecidas, teria que ter feito naquela ocasião mais do que lamentar, decretar luto e dizer que tudo foi um acidente. Em respeito à memória do menino e à sua família, deveria ter se retirado da Copa Libertadores da América. Simples assim. Era a atitude digna a ser tomada.
O episódio voltou-me à memória há algumas semanas, ao ler que um modelo havia morrido de forma fulminante em plena passarela do principal evento de moda do Brasil, a São Paulo Fashion Week. A semana de moda seguiu, como também em 1972, depois do sequestro e assassinato de onze atletas israelenses, os Jogos Olímpicos de Munique tiveram prosseguimento. Uma justificativa edificante seria a de que o esporte deve prosseguir como resposta ao terror, que não deve se deixar abalar por ele. Mas, todos sabemos que não é isso que está em jogo.

Nenhum comentário: