sábado, 3 de fevereiro de 2018

Copa 78: futebol e ditadura
Alexandre Fernandez Vaz

Kempes comemora gol na final da Copa de 1978. Foto: El Gráfico (domínio público).

Na segunda metade dos anos 1990, quando eu estudava na Leibniz Universität Hannover, na Alemanha, frequentei um seminário sobre América Latina ministrado por Klaus Meschkat. Grande especialista no tema, o professor atuara na docência e pesquisa, entre outros, nos Estados Unidos, Guatemala, México e Chile, onde pretendera estabelecer-se na Universidade de Valparaíso. O golpe de 11 de setembro de 1973 acabou com tal expectativa.

Em uma conversa informal ao final do semestre, em sua casa, recomendou-me um pequeno livro que compilava documentos da oposição extraparlamenar, na Alemanha e em outros países, que criticavam a situação na Argentina e a Copa do Mundo de 1978 como propaganda para os militares. Futebol sim, tortura não, reuniu mais de 150 entidades, principalmente no ano do torneio e no anterior. O pequeno livro que me foi presenteado foi um guia importante para uma pesquisa que desenvolvi, cujo resultado publiquei na extinta revista Motus Corporis, então dirigida por Hugo Lovisolo. O artigo se chamou, em 1998, Esporte e Política: a Copa do Mundo de 1978 vista da Alemanha.

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