terça-feira, 14 de agosto de 2018

Elogio aos zagueiros
Alexandre Fernandez Vaz

Elogio aos zagueiros. Foto: © Washington Alves/Light Press.


A mitologia do futebol brasileiro, em especial a que se constrói em torno do futebol-arte, é a dos atacantes[1]. É o mesmo na Argentina, mas com mais nuances, talvez um tanto menos no Uruguai. Na Europa, também se celebra o ataque, mas a admiração é mais equilibrada. Leônidas, Baltazar, Pelé, Garrincha, Reinaldo, Zico, Roberto, Careca, Neto, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Adriano, Neymar. Há muitos outros.

É do gol, principalmente do gol bonito, ou do da vitória, que se fala. Nossa memória futebolística se compõe com muita frequência pelos melhores lances de uma partida, aqueles escolhidos pelo editor de imagens ou quem quer que o faça, correspondendo aos nossos anseios de telespectadores: ver gols. Na seleção dos melhores momentos do jogo, às vezes se lembra do goleiro e de suas defesas espetaculares que evitaram a vitória do time adversário. Por outro lado, um gol perdido nem de perto é criticado como uma falha decisiva do último jogador a guardar a meta. Atacantes geralmente são perdoados, goleiros jamais.

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