domingo, 10 de fevereiro de 2019

Falcão
Alexandre Fernandez Vaz
Em memória de Selvino Assmann, torcedor do Inter, tifoso da Roma.


                                            Paulo Roberto Falcão, com a camisa da Roma, na temporada 1983-84. Foto: Wikipedia.


Em 1990, meses antes da Copa do Mundo daquele ano, dentro de um ônibus lotado, eu vi duas menções a jogadores brasileiros grafitadas nas paredes do Estádio Olímpico, em Roma. A primeira, nada lisonjeira, era dedicada a Renato Portaluppi, que atuara, sem brilho, por uma temporada pelo clube que leva o nome da cidade. A segunda era sobre Falcão, e logo depois do seu nome aparecia o título que se lhe outorgara na capital italiana: Rei.

Ouvi falar de Paulo Roberto Falcão ainda na infância mais antiga, ao começar a me interessar por futebol e vê-lo ser bicampeão brasileiro com o Internacional de Porto Alegre, vencendo o Corinthians em jogo único no Beira-rio. Estávamos em 1976 e o time se tornara octacampeão gaúcho. Equipe muito bem montada, tinha na zaga o chileno Elias Figueroa e Marinho Perez, titular do Brasil na Copa de 1974, além de um ataque demolidor com Valdomiro na ponta-direita e Dario no centro. No gol estava o veterano Manga, famoso pelos anos de Botafogo e que fora contratado junto ao Nacional, de Montevidéu. No meio-campo reinava, soberano, o jovem Falcão. Habilidoso, técnico, com uma condição física excepcional, corria de área a área, marcando, armando, finalizando. Dizia-se que seu coração em repouso não batia mais que 36 vezes por minuto, e que o resultado de seu Teste de Cooper (a máxima distância a ser percorrida em doze minutos, instrumento muito em voga na época) superava os 3600 metros




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