Atletas intersexo em competições esportivas
Wagner Xavier de Camargo
Caster Semenya, Meeting de Paris, Stade Charlety, 30 jun. 2018. Foto: Wikipedia.
Há cerca de uma década tem havido polêmica no esporte de alto nível relacionado à presença de atletas que não se enquadrariam nas rígidas categorias binárias “masculino” e “feminino”, definidas pelo meio esportivo. Particularmente, um fato ocorrido com a corredora sul-africana Caster Semenya chamou muito a atenção pública mundial: ela teve excepcional desempenho nos 800 metros, do 12º Campeonato Mundial de Atletismo da IAAF, em agosto de 2009, em Berlim/Alemanha, mas, apesar de competir na categoria de mulheres, se parecia “homem” (aspas nesta designação discriminatória). Em que pese a própria Semenya não se reconhecer como pessoa transgênero ou intersexo (e, sim, lésbica), seu corpo apresenta uma anomalia chamada hiperandrogenia e, devido a isso, produz uma quantidade excessiva de testosterona, um hormônio vinculado a corpos de homens e à força e virilidade que apresentam. Por isso que, devido à quantidade de pelos e ao desempenho, recaiu sobre a atleta a desconfiança não apenas da mídia e do senso comum, como também das confederações esportivas.
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