Dirigentes de futebol: vaidades, desejos, jogo
Alexandre Fernandez Vaz
Vicente Mateus, ex-presidente do Corinthians. Foto: Divulgação.
“Vaidade”!, respondeu-me um jornalista esportivo há muitos anos, quando lhe perguntei o que levava um homem adulto a querer ser presidente de um clube de futebol. Embora eu pudesse considerar a paixão pelo clube, nunca deixou de me surpreender que alguém dedicasse tempo e energia a um empreendimento no qual as pressões são violentas e as chances de dar errado são enormes. Pensava, naquele momento, em dois casos, ambos de pessoas que havia conhecido. O primeiro era o de um amigo de meu pai, torcedor fanático de um dos times de Santa Catarina, que se dispôs por um curto período à tarefa de dirigir um clube falido. Fracassou, como era de se esperar, não sem antes ouvir a demanda do astro do plantel, a mesma que colocara a outros presidentes: o clube lhe deveria pagar o valor de uma correntinha de ouro que costumava levar ao pescoço, perdida durante uma partida. Esperava que, como de praxe, a posição paternalista dos dirigentes tradicionais prevalecesse. Prevaleceu.
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