terça-feira, 28 de novembro de 2017

A morte do Sócrates

Alexandre Fernandez Vaz

Sócrates quando defendia o Corinthians. Foto: Filme Democracia em Preto e Branco (reprodução).


Em poucos dias completam-se os seis anos da morte do ex-jogador de futebol Sócrates, ocorrida em 4 de dezembro de 2011, mesmo dia em que o Corinthians sagrou-se campeão brasileiro daquele ano. O título habilitou o clube a disputar a Copa Libertadores em 2012; vencida, levou o Timão ao Mundial Interclubes, também conquistado.

Sócrates não foi apenas de um astro do esporte mais popular no Brasil, mas uma singular figura pública desde o final dos anos 1970. Foi a ingestão de cicuta que matou o filósofo, que a tudo preteriu para seguir a Lei da Cidade; foi principalmente o álcool que envenenou o craque, levando-o à fragilidade do corpo e a encontrar precocemente, aos cinquenta e sete anos, a falibilidade da vida. Rebelde contra o governo das coisas no contemporâneo, resistiu o quanto pôde, em vida de artista, boêmio e intelectual, parecendo nunca ter tido medo, nem dos poderosos, nem de si mesmo. Manteve uma atitude inacreditavelmente corajosa, a mesma de sempre, até o último momento. Também por isso vale lembrar o que significou para o Brasil.

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